Soajo

Vila de Soajo  

Mapa da Vila de Soajo esculpido em pedra
Mapa da Vila de Soajo esculpido em pedra

O Soajo, uma das mais típicas aldeias portuguesas, pertence ao concelho de Arcos de Valdevez e situa-se numa das vertentes da serra da Peneda, inserida no Parque Nacional da Peneda-Gerês.

A aldeia foi vila e sede de concelho entre 1514 e meados do século XIX mas, a sua história, começa muito antes, como o comprovam o Santuário Rupestre do Gião, na serra do Soajo, e as inúmeras antas e mamoas que existem nesta zona.

Espigueiros de Soajo
Espigueiros de Soajo

Possui um grandioso conjunto de espigueiros (classificados como imóvel de interesse público) erigidos sobre uma gigantesca laje granítica e que, ainda hoje, são utilizados para secar o milho, pelas gentes da terra.

Lavradas
Lavradas. Foto: António Neto

Enquanto caminha pelas ruas pavimentadas com lajes de granito repare nas casas típicas construídas no mesmo material. Aprecie a Casa da Câmara, a Casa do Enes, a Igreja Paroquial de São Martinho do Soajo, o moinho em ruínas e o pelourinho. Atente na calçada medieval que proporciona uma vista panorâmica da aldeia. As inúmeras casas de turismo aqui existentes nasceram da recuperação de edifícios antigos. São espaços muito bem restaurados que mantiveram a traça tradicional e que proporcionam estadias confortáveis em pleno Parque da Peneda-Gerês.

Explore o Parque Nacional da Peneda do Gerês, os lugares de Eiró e Mezio (aproveite e percorra o Trilho Interpretativo do Mezio) e a albufeira do Lindoso. Perca-se na beleza natural do Soajo e não deixe de nadar nas águas frescas do “Poço Negro”, uma das mais famosas lagoas do rio Adrão. “Aldeias de Portugal”.

Poço Negro
Poço Negro

Juiz de Soajo  

Lenda ou realidade, a história do juiz de Soajo, Ti Sarramalho, é por todos conhecida, sendo ele o símbolo da inteligência e justiça de todo o povo da Vila de Soajo.

O Juiz Sarramalho era um dos homens bons da terra, de passagem para a sua terra natal, deparou com um crime de morte de um indivíduo, sendo testemunha ocular.

O caso foi submetido a julgamento e face às provas testemunhais tinha de sentenciar. Proferiu então o seguinte veredicto: “Morra que não morra, dê-se-lhe um nó que não corra, ou degredado toda a vida e com cem anos para se preparar”.

É claro que esta decisão não foi entendida pela maioria das pessoas. A sentença subiu às instâncias superiores e por recurso. Foi então, chamado o Juiz de Soajo, para justificar e explicara sentença dada.

Cansado de tanto esperar de pé, pelos juízes do Tribunal da Relação, tirou a sua capa das costas e sentou-se nela, no chão.

Após ter justificado a sentença, retirou-se. Sendo chamado, quando descia as escadas, que se esquecera da capa. De maneira digna, respondeu com altivez: “O Juiz de Soajo, cadeira onde se sentou, nunca consigo a levou.”

Já no reinado de D. Afonso III se fazia referência à existência do julgado de Soajo, a avaliar pelas várias disposições legais, compiladas por especialistas, que afirmam a existência desse julgado nas reformas administrativas, no século de 1800.

No território de jurisdição do Julgado de Soajo exerceram as suas actividades vários juízes ordinários e não apenas o mais conhecido e sempre referenciado Ti Sarramalho.

Após a eliminação do Concelho de Soajo, foi também extinto o referido julgado em 31 de Dezembro de 1853.

Ainda, acerca da história da Freguesia de Soajo, no livro,” Inventário Colectivo dos Arquivos Paroquiais vol. II Norte Arquivos Nacionais/Torre do Tombo” pode ler-se na integra:« Datam de 950, “Suagio et Monimenta”, de 959 e 1059, “villa Soagio”, as primeiras referências a São Martinho do Soajo.

Em 1320, na lista das igrejas situadas no território de Entre Lima e Minho, do bispado do Tui, que o rei D. Dinis mandou organizar para determinação da taxa a pagar. São Martinho de Soajo foi taxada em 200 libras.

No registo da avaliação dos benefícios eclesiásticos pertencentes à comarca de Valença, efectuada em 1546, sendo arcebispo D. Manuel de Sousa, São Martinho de Soajo figura enquadrada no concelho de Soajo, tendo anexa a si a igreja de São Salvador da Gavieira. Em conjunto com esta rendia 60 mil réis.

Na cópia de 1580 do Censual de D. Frei Baltasar Limpo, refere-se que São Martinho de Soajo era do padroado real. Esteve anexa ao mosteiro beneditino de Ermelo, que veio a ser extinto no século XVI por iniciativa do então arcebispo de Braga, D. Frei Bartolomeu dos Mártires. Nessa ocasião, foi fundada a Colegiada de Ponte de Lima, à qual o rei D. Sebastião aplicou a terça parte do rendimento da igreja de São Martinho do Soajo e da sua filial de São Salvador da Gavieira. O cura de São Salvador da Gavieira era da apresentação da igreja do Soajo».


Com informações retiradas do website da Junta de Freguesia de Soajo, www.jf-soajo.com